Morreu na noite de domingo, 7, o metalúrgico Joaquim Raimundo Neto, 23, que residia em Catalão, a 255 quilômetros da Capital. Ele faleceu em São Paulo, onde realizava tratamento contra leucemia mielóide aguda. O rapaz e a mãe recusaram, em Goiânia, transfusão de sangue, alegando ir contra os princípios estabelecidos pelas testemunhas de Jeová, seita a qual pertenciam. O corpo foi levado ao município de Catalão, onde teria sido velado no Salão do Reino das testemunhas de Jeová.
O caso de Joaquim ficou conhecido após o hematologista Yuri Vasconcelos, que o tratava, pedir autorização ao Ministério Público para realizar a transfusão de sangue. O rapaz e a mãe pediram alta do hospital em Goiânia no dia 26 de novembro. Os dois, segundo familiares, teriam ido a São Paulo tentar tratamento alternativo que não exigiria transfusão de sangue. O nome do hospital e a equipe de médicos não foram divulgados.
Segundo informações de parentes, que não se identificaram, Joaquim Raimundo Neto teria assinado documento que proibia qualquer tipo de transfusão de sangue ou doação de órgãos. A família do rapaz não quis dar declarações.
A morte de Joaquim, reacende a discussão sobre os poderes do médico em ministrar tratamento, mesmo contra a vontade do paciente. Pela lei, apenas casos de morte iminente dão ao profissional de Saúde plenos poderes para ministrar o tratamento adequado, seja quais forem as crenças do doente ou família.
O hematologista Yuri Vasconcelos não foi encontrado para dar entrevistas. Ele, no entanto, afirmou anteriormente ao Diário da Manhã que a doença de Joaquim só poderia ser tratada por meio de transfusão de sangue. O procedimento criaria meios para que o paciente respondesse à quimioterapia e, futuramente, fosse submetido ao transplante de medula óssea. O médico encaminhou sua avaliação técnico-médica ao Ministério Público estadual.
vontadeO promotor Isaac Benchimol, que autorizou a transfusão de sangue, lembra que a vontade do paciente deve ser respeitada, por pior que ela pareça. Mesmo autorizado, o médico só pode ministrar o tratamento caso o doente entre em coma e não possa mais tomar decisões. A exceção acontece no caso do paciente ser uma criança. Neste caso a terapia é ministrada mesmo que os pais não concordem.
Em Goiânia, o promotor de Justiça garante que o jovem foi atendido com todos os recursos possíveis dentro das limitações impostas pela famíllia.Segundo um dos seguidores da seita, que preferiu não se identificar, a transfusão de sangue é desaconselhada pelas testemunhas de Jeová baseado em trechos da Bíblia onde é proibido o consumo do fluido. O sangue, segundo a seita, é sagrado e visto como símbolo da vida. A recomendação é obedecida à risca pelos seguidores, embora eles garantam não haver coação.
Seguidores com problemas de saúde semelhantes ao de Joaquim podem optar por seguir os ensinamentos das testemunhas de Jeová ou descumpri-los, sem qualquer ônus, garante o líder da seita. Neste caso, vale o livre-arbítrio de cada um. As testemunhas negam que os fiéis sejam forçados a seguir as determinações.
doençaJoaquim descobriu a doença no último dia 12 de novembro. Por ser uma enfermidade severa e degenerativa, precisou de cuidados urgentes. Quando observada a necessidade de transfusão de sangue, a prima do jovem, a psicológa Shirley Adriana Alves, disse que a mãe do rapaz e dois tios foram contra. Ela disse ter ouvido um parente, pertencente à seita, dizer que a morte era o único recurso para Joaquim Raimundo. Ela, contrariada, decidiu pedir ajuda à Justiça.
O caso de Joaquim ficou conhecido após o hematologista Yuri Vasconcelos, que o tratava, pedir autorização ao Ministério Público para realizar a transfusão de sangue. O rapaz e a mãe pediram alta do hospital em Goiânia no dia 26 de novembro. Os dois, segundo familiares, teriam ido a São Paulo tentar tratamento alternativo que não exigiria transfusão de sangue. O nome do hospital e a equipe de médicos não foram divulgados.
Segundo informações de parentes, que não se identificaram, Joaquim Raimundo Neto teria assinado documento que proibia qualquer tipo de transfusão de sangue ou doação de órgãos. A família do rapaz não quis dar declarações.
A morte de Joaquim, reacende a discussão sobre os poderes do médico em ministrar tratamento, mesmo contra a vontade do paciente. Pela lei, apenas casos de morte iminente dão ao profissional de Saúde plenos poderes para ministrar o tratamento adequado, seja quais forem as crenças do doente ou família.
O hematologista Yuri Vasconcelos não foi encontrado para dar entrevistas. Ele, no entanto, afirmou anteriormente ao Diário da Manhã que a doença de Joaquim só poderia ser tratada por meio de transfusão de sangue. O procedimento criaria meios para que o paciente respondesse à quimioterapia e, futuramente, fosse submetido ao transplante de medula óssea. O médico encaminhou sua avaliação técnico-médica ao Ministério Público estadual.
vontadeO promotor Isaac Benchimol, que autorizou a transfusão de sangue, lembra que a vontade do paciente deve ser respeitada, por pior que ela pareça. Mesmo autorizado, o médico só pode ministrar o tratamento caso o doente entre em coma e não possa mais tomar decisões. A exceção acontece no caso do paciente ser uma criança. Neste caso a terapia é ministrada mesmo que os pais não concordem.
Em Goiânia, o promotor de Justiça garante que o jovem foi atendido com todos os recursos possíveis dentro das limitações impostas pela famíllia.Segundo um dos seguidores da seita, que preferiu não se identificar, a transfusão de sangue é desaconselhada pelas testemunhas de Jeová baseado em trechos da Bíblia onde é proibido o consumo do fluido. O sangue, segundo a seita, é sagrado e visto como símbolo da vida. A recomendação é obedecida à risca pelos seguidores, embora eles garantam não haver coação.
Seguidores com problemas de saúde semelhantes ao de Joaquim podem optar por seguir os ensinamentos das testemunhas de Jeová ou descumpri-los, sem qualquer ônus, garante o líder da seita. Neste caso, vale o livre-arbítrio de cada um. As testemunhas negam que os fiéis sejam forçados a seguir as determinações.
doençaJoaquim descobriu a doença no último dia 12 de novembro. Por ser uma enfermidade severa e degenerativa, precisou de cuidados urgentes. Quando observada a necessidade de transfusão de sangue, a prima do jovem, a psicológa Shirley Adriana Alves, disse que a mãe do rapaz e dois tios foram contra. Ela disse ter ouvido um parente, pertencente à seita, dizer que a morte era o único recurso para Joaquim Raimundo. Ela, contrariada, decidiu pedir ajuda à Justiça.