terça-feira, 13 de março de 2007

CONFUSÃO DA TORRE SOBRE COSTUMES PARTE 1- Texto Pascoal Naib

Muitos estranham a maneira como as Testemunhas de Jeová lidam com certos aspectos do seu dia a dia. Os mais comentados são a recusa do sangue e sua neutralidade política, porém vale lembrar que várias outras regras aparecem nesse vasto cardápio de proibições para seus adeptos. Exemplos claros disso são a não comemoração de aniversários natalícios, de datas tais quais dias das mães e dos pais, se um adepto pode ou não usar aliança de casamento e muito mais. O por quê disso tudo?
Deixem as Testemunhas de Jeová responderem: “De fato, a questão não é tanto a de alianças de casamento terem sido ou não usadas primeiro por pagãos, mas a de terem sido ou não usadas como parte de práticas religiosas falsas e de talvez ainda reterem tal significado religioso”.
Essa questão do uso ou não da aliança já serve de base para o nosso texto, já que essa prática (do uso da aliança) tinha segundo as Testemunhas, resquícios de paganismo, isto é, vinham de costumes não cristãos e por vezes místicos! Assim como é colocado, somente se um costume tiver ainda retido um significado religioso, ele seria proibido entre seus membros.
Mais uma vez as testemunhas de Jeová explicam isso:” Muitas das atuais peças de vestuário e dos atuais aspectos da vida originaram-se em países pagãos. A atual divisão do tempo em horas, minutos e segundos baseia-se num primitivo sistema babilônico. No entanto, não há objeção a que o cristão use estas divisões do tempo, pois o seu uso não envolve a participação em práticas religiosas falsas”
Aí vem o problema para qualquer ser vivo que tente usar esse raciocínio das Testemunhas de Jeová de se manterem limpas de costumes mundanos. Vamos aos fatos. “É verdade que a maior parte das situações assumidas pelo homem religioso das sociedades primitivas e das civilizações arcaicas há muito tempo foram ultrapassadas pela História. Mas não desapareceram sem deixar vestígios: contribuíram para que nos tornássemos aquilo que somos hoje; fazem parte, portanto, da nossa própria história”.
Tudo o que somos hoje, nossos costumes, nosso modo de se vestir, de falar, de cozinhar, de brincar, de fazer arte, de nossa arquitetura, de nossa poesia, de nossa política e até mesmo de nossa religiosidade não surgiu de uma hora para outra! Foi uma soma de todos os períodos do caminhar do homem, do seu desenvolvimento. Em outras palavras, o homem moderno, queira ou não, conserva ainda os vestígios do comportamento do homem simbólico e religioso, mas esvaziado dos significados religiosos. Faça o que fizer, é um herdeiro disso tudo. Não pode abolir definitivamente seu passado, porque ele próprio é produto desse passado. Até mesmo os que se dizem ateus não estão livres dos comportamentos religiosos, das teologias e mitologias. Estão às vezes entulhados por todo um amontoado mágico-religioso, mas degradado, esquecido, às vezes, por esta razão, dificilmente reconhecível ou pelo menos visto as claras. Fazemos coisas no nosso cotidiano que nossos antepassados davam outro sentido, e por vezes místico e religioso!

Um comentário:

  1. Este texto me fez refletir o raciocínio usado na questão das alianças. Não deveria ser aplicado então o mesmo raciocínio na questão do aniversário por ex, pois hoje os aniversários não retém resquícios de religiosidades e sim uma forma de comemorar a alegria de estar ao lado de um ente querido mais um ano. É contraditório o raciocínio das TJ. Ainda sou uma TJ e estou inativa a alguns anos. Confesso que me sinto perdida e isso me trouxe a este blog e estou a fazer pesquisas para tentar tirar o vazio que tenho sentido ao ver que já não acreditava em tudo que considerei como verdade absolita por tantos anos. Sou nova p aqui. Pretendo me inscrever no blog, vou usar outro nome pq tenho sim receio de ser desassociada e ver meu filho e marido q ainda estudam a biblia passarem constrangimento p minha causa. Tenho muitas coisas q preciso desabafar, mas isso irá acontecendo aos poucos. Voi me identificar apenas como Kami.

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